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A Estrada.

E me chamaram para viajar. Depois de toda a confusão de praxe com preparativos e o “com quem eu vou?”,vem a melhor parte!

“Quando a gente chega, Txia?”. Nah. A ESTRADA!

O meu lugar preferido é a janela. Reparo em tudo: leio as placas, olho para as casas, para a vegetação, sorrio das gracinhas das crianças na rua. Observo as escolas, que, aliás, são sempre menores do que as igrejas (por que será...?). É tão bonito ver o céu mudando conforme o tempo passa! E as fazendas, os animais? As pessoas... Isso me leva a devaneios.

Sempre que o carro ou o ônibus passa por alguém, aquela cena fica na minha cabeça. O que será que aquelas pessoas estavam fazendo? No que estavam pensando? Sobre o quê conversavam e riam? Para onde estavam indo? Como será que é viver naquele lugar tão pobre?

E enquanto elas desaparecem para sempre, eu divago, comigo mesma, sentada num canto do banco. Às vezes rio sozinha. Noutras, fico triste. Perplexa. Saudosa. Mas ninguém percebe. Só eu.


E,ah, por favor,não fale comigo.

Não quero conversar. Não quero esticar as pernas. Não quero parar para comer. Já estou me divertindo. Enquanto todos ficam conversando e ouvindo música,ou até mesmo dormindo; eu me desligo e só presto atenção na enxurrada de pensamentos que me vêm à mente. Por algumas horas, eu consigo analisar a paisagem ao mesmo tempo em que me lembro de outras situações. Ou invento. Ou apenas ouço música. Na minha cabeça.


É a minha distração. Desde criança sou assim!

Não estão encontrando o endereço? Eba! Engarrafamento? Legal! Vale tudo para ficar mais tempo em cima do asfalto! Eu poderia ficar o dia inteiro nisso. Mas enquanto ouço sorrisos alegres e aliviados por finalmente termos entrado na cidade, sinto um pouco de decepção. A única rua aos poucos vai se transformando em várias, que vão erguendo casas e lojas ao meu lado. As luzes passam a vir também de postes, e, ao admirar a nova paisagem, sinto o frear do carro onde estava. É essa a casa. Chegamos. Hora de descer e cada um levar sua mala para dentro.

Acho tão estranho quando esse momento acontece. Já tinha me acostumado a ficar sentada!


Aos montes,as bagagens vão sendo colocadas em cima de alguma mesinha da sala nova. Cada um vai se acomodando, arrumando suas coisas, escolhendo um quarto para chamar de “seu”. Alguns vão direto para a cozinha; outros, para o banheiro! As luzes são acesas, a televisão é prontamente descoberta pela minha avó, - Não posso perder a novela!,ela diz - ; os colchões são forrados. A casa vai ganhando um ar familiar, e de repente todo mundo já conhece os macetes para abrir uma porta emperrada no quintal ou já abre a geladeira sem cerimônia.



E enquanto tudo isso acontece, eu fico ali; num canto, sozinha. Só analisando.
Nossa, eu deveria mesmo ter esticado as pernas!!!




.Txia. Adorou o trânsito de São Paulo.



P.S.: Pessoal, to sem internet e por isso só vou poder comentar nos blog´s de vocês semana que vem! Mas eu prometo que vou lá. HSUAHSUAHSUA
P.S.2: To querendo mudar o nome do blog. Alguma sugestão?

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