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O Quê?

Sexta-feira tive diversos altos e baixos. E uma das coisas que mais me marcou foi o momento em que recebi minha prova de fotojornalismo. Era um jornalzinho produzido em trio, e no meu texto havia umas correções. Duas nos meus amados ponto-e-vírgulas, e outra em uma frase que, dizendo o professor, ficou confusa. Coroando tudo, uma seta vinha da frase e terminava no rodapé da página, onde estava escrito: “texto mal redigido e pontuado”.




Mal redigido? Poxa, doeu! Me senti regredindo. Voltei ao ensino médio! (É que no ensino médio eu achava que escrevia muito bem; até que cheguei no terceiro ano e tirei 6 na prova de redação... Ela estava toda riscada e havia observações quanto à linguagem,alguns períodos desnecessários, e, claro, a minha letra que é MA-RA-VI-LHO-SA, para não dizer o contrário!)


Mas tudo bem. Para ninguém aqui achar que sou resmungona, arrogante, estressada ou qualquer coisa que sou não combina comigo, vou apenas demonstrar como eu escrevo bem? Afinal. quem é ele para dizer que eu não pontuo bem. ou que escrevo mal: eu faço isso direitinho sei o lugar do ponto-e-vírgula – do hífen – do travessão – das reticências se duvidar eu já sou até capaz de escrever um livro ou de ser editora vou vender milhões ? (Haha) Aliás! nem sei por que ainda estou na faculdade já deveria era estar trabalhando em alguma revista de renome já que sou ótima como podem ver; ninguém pontua melhor do que eu... esse professor está completamente enganado? Quero só ver o que ele vai achar agora;




.Tixa. ahca uqe vcoê ós iva ednetnr o uqe etsá etrciso nstea fsare pqroue ael ãon mdouu a pçsãioo dsa lartes dsa edmxeritads dsa pvalaras.

Até quando?















Já repararam que a gente vive esperando algo que parece nunca chegar? Quando nova, queria logo crescer. Já adolescente, percebi a quantidade de matérias que tinha que estudar e vivia pedindo férias. E quando estas acabavam, esperava pelas de fim de ano. Era um alívio ter férias. Era como se, por alguns dias, eu não tivesse que me preocupar com mais nada.


Só que logo outro ano começava, e lá estava eu novamente sentada em uma carteira de escola. Mas já não era a mesma carteira. Era a da série seguinte. Que, por sua vez, era ainda mais complicada do que a outra, e de novo lá ia eu esperar ansiosamente pelas férias. Que chegavam. E acabavam. E chegavam de novo. E acabavam mais uma vez. O tempo todo.


Quanto mais as horas passavam, mais eu queria que elas corressem. Não agüentava mais aquilo. Entrei no Ensino Médio. Entrei na fase de vestibular. Quase morri por doze meses, mas sobrevivi. Por quê? Pela esperança de que me sacrificar por um ano faria o próximo ser melhor.


E cá estou eu. No segundo semestre da Universidade. Meus trabalhos já terminaram, e agora estou esperando o resultado das provas da última avaliação. Do ano. Depois: férias. Mas de novo? E ano que vem eu estarei no terceiro período, e depois no quarto, no quinto, no sexto, até que me forme. E depois de formada? Talvez eu faça um Mestrado. Que assustador!

















A vida passa mais depressa do que percebo. Um dia eu andava de velocípede pela casa, agora já me cobram uma carteira de motorista. Um dia eu olhava os homens e os achava sem-graça, hoje já até sofro por eles. Agora não tenho filhos, mas um dia terei. E eles me darão netos. E eu os verei crescer. E me lembrarei de como eu era. Como eu FUI. Passado. Mas espera aí. Foi um dia desses! Como eu não vi?


Esperei muito pelo futuro. Esperei demais. “O futuro será melhor”, “Um dia eu irei conseguir”... Mas que diabos de futuro é esse que nunca chega? Por que eu nunca termino de esperar...???


“O fim está próximo!”, já previa aquele velho com a placa. E está mesmo. Pelo menos é o que me dou conta, toda vez que penso nisso. Toda vez que olho para uma garotinha e lembro que sou mais velha do que ela. Ou até mesmo quando vejo que as novelas reprisadas já são as da minha época. Ou quando olho os adultos trabalhando e reclamando das contas. É estranho saber que logo eu estarei fazendo o mesmo. Que serei adulta. Isso me dá muito medo.


Muito medo.




.Txia. adora o presente. Principalmente se ele vier embalado e contiver coisas eletrônicas.

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